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Deleuze & Guattari - Máquinas sociais e desejantes

Deleuze & Guattari - Máquinas sociais e desejantes
May 7, 2021 · 49m 43s

Áudio extraído de videoaula no https://tinyurl.com/vjk7tcbj Trecho de aula em 01/10/19, no Lab Mundo Pensante. Citações lidas e comentadas no áudio a partir de 27:00 : Não há máquinas desejantes...

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Áudio extraído de videoaula no canal de Amauri Ferreira no YouTube

Trecho de aula em 01/10/19, no Lab Mundo Pensante.

Citações lidas e comentadas no áudio a partir de 27:00 :

Não há máquinas desejantes que existam fora das máquinas sociais que elas formam em grande escala; e também não há máquinas sociais sem as desejantes que as povoam em pequena escala. […] As micromultiplicidades desejantes não são menos coletivas do que os grandes conjuntos sociais, pois são inseparáveis e constituem uma só e mesma produção. […] Num dos polos, os grandes conjuntos, as grandes formas de gregarismo não impedem a fuga que os arrasta, e só impõem o investimento paranoico como uma “fuga diante da fuga”. Mas, no outro polo, a própria fuga esquizofrênica não consiste apenas em afastar-se do social, em viver à margem: ela faz fugir o social pela multiplicidade de buracos que o corroem e o perfuram, sempre ligados a ele, dispondo em toda parte as cargas moleculares que explodirão o que deve explodir, que farão tombar o que deve cair, que farão fugir o que deve fugir, assegurando em cada ponto a conversão da esquizofrenia, como processo, em força efetivamente revolucionária. (O anti-Édipo, p. 451 a 453, Editora 34)

Vemos os mais desfavorecidos, os mais excluídos, investirem com paixão o sistema que os oprime, e onde acham sempre um interesse, pois é aí que o buscam e mensuram. O interesse vem sempre a seguir. A antiprodução difunde-se pelo sistema: a antiprodução será amada por si mesma, à maneira pela qual o desejo reprime a si próprio no grande conjunto capitalista. Reprimir o desejo, não só nos outros, mas também em si próprio, ser o tira dos outros e de si próprio, eis o que dá tesão, e isto não diz respeito à ideologia, mas à economia. [...] Colocar-se na posição em que se é assim atravessado, cortado, enrabado pelo socius, buscar o bom lugar onde, de acordo com os objetivos e os interesses que nos são consignados, sente-se passar algo que não tem interesse nem objetivo. Um tipo de arte pela arte na libido, um certo gosto pelo trabalho benfeito, cada um no seu lugar, o banqueiro, o tira, o soldado, o tecnocrata, o burocrata e, por que não, o operário, o sindicalista... O desejo embasbacado. (O anti-Édipo, p. 456 a 460, Editora 34)

Portanto, é concebível que um grupo possa ser revolucionário do ponto de vista do interesse de classe e dos seus investimentos pré-conscientes, mas não sê-lo do ponto de vista dos seus investimentos libidinais, e manter-se até mesmo fascista e policial. Interesses pré-conscientes realmente revolucionários não implicam necessariamente investimentos inconscientes de mesma natureza; nunca um aparelho de interesse vale por uma máquina de desejo. (O anti-Édipo, p. 462, Editora 34)

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AMAURI FERREIRA é professor, escritor e filósofo. Desde 2006 ministra cursos livres de filosofia. É autor dos livros "Simplicidade Impessoal" (2019) e "Singularidades Criadoras" (2014). É também autor de livros introdutórios sobre Spinoza, Nietzsche e Bergson. Visite: https://www.amauriferreira.com
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Author Amauri Ferreira
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