Olá! Hoje é segunda-feira, 09 de janeiro de 2023, meu nome é Diego Lopes, assessor na diretoria de Agronegócio do Banco do Brasil e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciando com a soja, destacamos que:
O clima continua sendo o vetor mais importante para o mercado neste momento. Para o Brasil, há previsão de boas chuvas para o Centro-Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país, no entanto, as chuvas permanecem limitadas para o RS. Na Argentina, são previstos baixos volumes de chuvas e distribuição irregular, sendo insuficientes para reverter o impacto já causado pela seca. Com misso, já são registradas perdas de produção na Argentina, que impactam todo o complexo da soja, visto que o país é o maior exportador global de farelo e óleo de soja. Esse fundamento de oferta exerce pressão de alta dos preços.
Com isso, o mercado aguarda uma possível redução nas projeções de oferta global no relatório do USDA a ser divulgado no dia 12/01.
Os fatores de pressão baixistas que permanecem no radar são o receio de redução de consumo de commodities agrícolas, como reflexo da recessão global; Possível redução na demanda Chinesa; e reflexos no mercado da guerra entre Rússia e Ucrânia. Para a semana, o mercado seguirá com elevada especulação, monitorando os reflexos do clima na safra do Brasil e Argentina, com perspectiva de estabilidade no curto e baixa no médio prazo.
Em relação ao milho,
As preocupações com o crescimento econômico global e a inflação podem influenciar negativamente as cotações em Chicago. O mercado segue atento quanto a evolução dos casos de Covid-19 na China, após as festas de ano novo. Esses fundamentos podem influenciar na demanda mundial de milho, podendo refletir negativamente no mercado externo.
O clima para a próxima semana na Argentina é de temperaturas elevadas e baixos volumes de chuvas, que podem influenciar negativamente nas lavouras. A Bolsa De Cereais de Buenos Aires classificou as condições da safra 2022/23 como boas a excelentes em apenas 13% da área, ante 41% em igual período de 2021. Se confirmado as baixas precipitações, podemos ter suporte nas cotações na CBOT. O mercado também aguarda a incorporação desses dados (ajuste de oferta e consumo) no relatório do USDA do dia 12/01.
No Brasil, a previsão climática ainda aponta chuvas irregulares para o RS, principalmente no Oeste do estado. A situação no RS e as exportações em janeiro, ainda aquecidas, podem trazer um viés de estabilidade a alta no mercado interno.
Para o café, também cabe destacar que:
Previsão climática mantém perspectiva de bons volumes de chuvas e temperaturas amenas nas regiões cafeeiras, principalmente sobre o arábica em Minas Gerais. Embora aquém do potencial produtivo, as boas condições climáticas têm favorecido a atual safra de café e também ensejando otimismo para a próxima safra em 2024 (necessário desenvolvimento vegetativo em 2023 para fase produtiva em 2024).
Momento atual é de exportações de cafés da colômbia e da américa central, o que se considera fator baixista para os preços. Por outro lado, o Brasil (maior produtor mundial de arábica) está no auge da entressafra e mantém-se dúvidas sobre a produção a ser colhida em 2023, sendo este fator altista. Portanto, estes fatores têm, de certa forma, estabilizado os preços de café.
Cenário interno e externo com tendência de manutenção da pressão baixista no curto e médio prazos. Mercado interno com baixa liquidez em negócios, com produtores aguardando melhores preços físicos.
E para o Boi Gordo, destacamos que:
Nas últimas semanas os cortes de frango, apresentaram queda nos preços, devido a excesso de oferta. Esse fato, pesa na decisão do consumidor no tocante à escolha da proteína, visto o histórico de opção pela proteína mais barata em vez da carne bovina.
A isso, soma-se aos gastos de início de ano, como impostos e materiais escolares, o que diminui o poder de compra da população. As chuvas trouxeram boas condições de pastagem no Centro-norte do país. Tal fato amplia a capacidade do pecuarista de reter o gado e esperar o melhor momento para negociá-lo.
Com a diminuição da escala de abate em MG, MS e GO a expectativa é que o mercado físico ganhe liquidez na primeira quinzena do mês, com pecuaristas e indústria retornando as negociações. Contudo, a previsão ainda é de manutenção dos preços no curto e médio prazo.
Desejamos a todos os produtores rurais um excelente 2023 e continuem contando com o Banco do Brasil, o maior parceiro do agronegócio brasileiro, um grande abraço e até a próxima!
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