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14/10/2021 - Estimativas para safras de soja, milho e café

14/10/2021 - Estimativas para safras de soja, milho e café
Oct 14, 2021 · 8m 31s

BBcast Agro apresenta: Cenários Agro Olá! Hoje é quinta-feira, 14 de outubro de 2021. Eu sou Alexandre Muzy Bittencourt, assessor na Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil em Brasília,...

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BBcast Agro apresenta: Cenários Agro

Olá! Hoje é quinta-feira, 14 de outubro de 2021. Eu sou Alexandre Muzy Bittencourt, assessor na Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil em Brasília, e vamos falar sobre as principais estimativas de safra para a soja, milho e café, bem como seus reflexos nos preços destas commodities.

Um cast um pouquinho mais extenso que o de costume. Contudo, com informações extremamente relevantes para que o produtor acompanhe os direcionamentos do mercado.

Iniciamos a abordagem da soja com os dados da Conab divulgados no dia 07/10, estimando a safra nacional 2021/22 em 140,75 milhões de toneladas, ante 141,26 milhões de toneladas na estimativa de setembro de 2021. O clima segue beneficiando o avanço do cultivo no Brasil, que está em ritmo mais acelerado quando comparado à safra anterior. Espera-se que seja concluído dentro da janela ideal de cultivo, gerando a expectativa de uma safra nacional cheia.

Já na terça-feira, dia 12/10, o USDA divulgou dados baixistas. O mercado se posicionou aguardando um leve incremento na produção dos Estados Unidos, vista a melhora nas condições das lavouras e estoques refletindo os dados do relatório trimestral de estoques norte-americanos, divulgados pelo USDA em 30/09.

Os estoques da safra 2020/21 foram condizentes com o esperado (6,97 milhões de toneladas). Contudo, o relatório de outubro do USDA elevou a estimativa de safra dos Estados Unidos para 121,06 milhões de toneladas, quantidade 1,7% superior à estimativa de setembro, e apontou estoques finais da safra 2021/22 em 8,7 milhões de toneladas, superando em 73% a estimativa de setembro e em 11% o volume esperado pelo mercado.

Já a safra mundial foi estimada em 385,14 milhões de toneladas, superando em 0,2% a estimativa de setembro de 2021 e os estoques projetados em 104,57 milhões de toneladas, quantidade 5,7% superior à estimativa do mês anterior.

As projeções do USDA ocasionaram baixas consecutivas nas cotações da soja na CBOT, rompendo a barreira dos 12 dólares por bushel, que também foram pressionadas pelos dados de avanço da colheita divulgados no dia 12/10, apontando que 49% da área com a cultura nos Estados Unidos já foi colhida, avançando 15% frente à apuração de 03/10.

Contudo, é esperado que o retorno da China às compras de soja norte-americana, após o feriado nacional chinês na semana passada, possa reverter parte das perdas observadas nas cotações da oleaginosa na CBOT.

No mercado brasileiro, o cenário é de oferta restrita. Contudo, as cotações seguem impactadas pelas cotações internacionais, porém atenuadas pela valorização do dólar frente ao real.

Em relação ao milho, a Conab elevou a safra nacional 2021/22 para 116,31 milhões de toneladas, ante 115,04 milhões de toneladas na estimativa inicial. O estoque da safra 2020/21 (contabilizado até 31 de janeiro de 2022) foi estimado em 6,9 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2015/16. Já o da safra 2021/22 foi estimado em 11,5 milhões de toneladas.

Os dados do USDA também foram baixistas para o milho. Enquanto o mercado aguardava redução média de 3% na safra norte-americana em relação aos dados de setembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estimou a safra 2021/22 do país em 381,5 milhões de toneladas, quantidade 0,2% superior à apontada no relatório anterior. Para os estoques, era esperado incremento de até 0,9% em relação ao apontamento de setembro – contudo, foram estimados em 38,1 milhões de toneladas, volume 6,5% superior.

Já a safra mundial foi estimada em quase 1,2 bilhão de toneladas, praticamente em linha com a estimativa de setembro de 2021. Já os estoques globais foram projetados em 301,74 milhões de toneladas, quantidade 1,4% superior à estimativa do mês anterior.

As projeções do USDA vêm pressionando as cotações do milho na CBOT desde sua divulgação. O avanço da colheita nos Estados Unidos, que passou de 39% para 41% da área cultivada, também foi fator baixista para precificação do cereal.

Dados que podem amenizar as baixas remetem à expectativa de compras chinesas de milho norte-americano e a elevação da demanda por biocombustíveis, face ao aumento progressivo nos preços do petróleo.

No mercado interno brasileiro, o cenário para o milho é de oferta restrita, fator que vem adicionando suporte aos preços do cereal.

Para o café, a Conab divulgou no final de setembro seu 3º Levantamento da Safra 2021, no qual reduziu sua estimativa anterior em 1,93 milhão de sacas, totalizando quase 46,9 milhões de sacas dos cafés arábica e conilon, volume 25,7% inferior ao registrado na safra anterior.

Cabe ressaltar que a variedade arábica apresenta o efeito da bienalidade, que intercala anos de maior produção com anos de menor produção. A safra atual, que acaba de ser colhida é de bienalidade negativa. Somado à essa condição fisiológica da planta, tivemos um desenvolvimento de safra em condições climáticas desfavoráveis, com chuvas abaixo da média em importantes regiões produtoras. Isso fez com que a produtividade média das lavouras recuasse para 26 sacas por hectare, 22,2% menor que a obtida na safra passada. Houve também redução de 4,4% na área cultivada.

A produção do arábica deve totalizar 30,73 milhões de sacas, com redução de 36,9% em relação à safra passada. Para o conilon, que não sofre os efeitos da bienalidade como o arábica, a produção deve apresentar incremento de 12,8% e totalizar 16,15 milhões de sacas, com a sua produção concentrada nos estados do Espírito Santo, Rondônia e Bahia.

Os dados do USDA divulgados em junho deste ano para a safra brasileira 2021 também apontam redução em volume ante a safra passada, passando de 69,9 milhões de toneladas para 56,3 milhões de toneladas, redução de 19,5%. Com isso, o departamento acredita que os embarques brasileiros do grão deverão recuar 21,8%, e os estoques finais chegarão ao menor patamar dos últimos quatro anos, com recuo de 62,3%.

Em termos de balanço global de café, o USDA estima uma redução de 6,2% na produção, recuos de 4,2% nas exportações e 19,8% nos estoques finais, muito em razão da quebra de safra brasileira.

Assim, considerando a importância do Brasil em termos da produção global de café, quase 35% nesta safra, o movimento de preço externo e interno tem refletido a menor disponibilidade atual e as preocupações em relação à próxima safra brasileira, que além da estiagem pela qual as lavouras estiveram expostas ao longo dos últimos meses, também sofreu com eventos de geadas que comprometeram o potencial produtivo da próxima safra.

Neste cenário, nos últimos 12 meses os preços nas principais praças de comercialização no Brasil tiveram valorização média superior a 120%, com movimento de alta mais intensa registrado a partir de abril deste ano, período em que também houve redução das exportações mensais brasileiras de café.

Há que se observar também que outros importantes países produtores, mesmo com safras regulares e sem problemas que afetem o volume a ser produzido neste ciclo, dificilmente produzirão o suficiente para preencher a lacuna que vem sendo deixada pela quebra da safra brasileira e as perspectivas de menor volume a ser produzido na safra 2022.

Dessa forma, acredita-se que este cenário de déficit previsto para a safra global atual (produção-consumo) ainda leve mais uma safra para se tornar superavitário, propiciando firmeza aos preços do café, pelo menos até as primeiras estimativas da safra 2022, a serem divulgadas nos próximos meses, após as floradas e desenvolvimento dos frutos. Cabe destacar que chuvas recentes, em maior volume, têm beneficiado as floradas, que seguem mais uniformes que as verificadas no ano passado.

Que as chuvas continuem adequadas e que tenhamos um bom desenvolvimento da safra 2022 de café a partir de agora!

Ah, e para dar tranquilidade ao produtor nesse mercado com oscilações constantes de preços, o Banco do Brasil possui as opções agropecuárias, para travar os preços de comercialização da produção futura e termos de moedas, para a proteção contra as oscilações do câmbio. Para facilitar ainda mais, o produtor pode realizar simulações destas Opções diretamente no aplicativo do Banco do Brasil, acessando no menu principal a aba “Agro” e depois “Simulador de opções Agro”. Após decidir pelo melhor vencimento/prêmio, procure sua agência de relacionamento para finalização da operação.

Conte sempre com a assessoria especializada em agronegócios e com toda a equipe do Banco do Brasil. Fica a dica de crédito consciente e sustentável. Até a próxima!

Banco do Brasil, pra tudo que o agro imaginar.
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Author Broto
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