Nesta última exposição da série “Cartões Amarelos do Céu” o Professor Carlos Osvaldo examina o que para ele é uma das passagens mais críticas do Novo Testamento, que é Hebreus 6:4-6. Nesta passagem continuamos a lidar
com “O perigo da morosidade que gera a letargia, que produz um tropeço impossível de recuperar-se”.

Segundo o professor, esta passagem é utilizada por muitos teólogos, em resumo, os Arminianos utilizam-se desse texto para defender a “perda de salvação”, COP argumenta que esse conceito se vale da ideia de que a segurança da salvação conduz a uma vida “frouxa”, o que na verdade é apresentado de forma oposta no contexto da carta, a segurança da salvação gera ainda mais obediência pela gratidão. Os calvinistas por sua vez, se utilizam desta passagem para manter os crentes em dúvida quanto a realidade de sua salvação.

Carlos Osvaldo passa agora a examinar o texto e os principais termos, dentro de todo contexto exegético da carta, demonstrando que ambas as visões estão equivocadas quanto ao verdadeiro sentido do texto, incluindo uma terceira proposta de seu mentor Charles Ryrie em que ele trata a passagem da campo da “hipótese”. A interpretação que o professor Carlos propõe, e que segundo ele vem crescendo desde o inicio dos seus estudos, é que o autor de Hebreus está falando de uma situação possível a todo crente, essa pessoa chegará ao ponto não de perder a sua justificação, mas, de desperdiçar a salvação completa, que significa não apenas ter uma passaporte para o céu, mas a possibilidade e o poder para viver uma vida que glorifique a Deus aqui na terra. Em seguida, ele passa a abordar a luz da carta, os sinais que a carta nos dá de que uma pessoa “caiu” apontando implicações práticas dessa queda, que culmina sempre na vergonha do nome de Deus.

Na interpretação do professor trata-se de uma disciplina do próprio Deus para aqueles que decidem caminhar por si, chamando a atenção para o fato que todos devemos estar atentos a essa queda. Todos têm um ponto de “não retorno” quanto ao arrependimento em que cada um tem o seu de forma individual, por isso a atenção deve ser redobrada. O professor finaliza apontando para a exortação do autor bíblico para todos que por negarem o arrependimento perdem a utilidade para Deus. A suma da exortação é “uma terra que dá fruto traz recompensa, uma terra que produz espinhos traz disciplina”, o desejo do professor é que todos mesmo que caindo durante a caminhada, nunca percam a utilidade para Deus.

*Carlos Osvaldo Cardoso Pinto (1950 - 2014) fez seu Bacharel em Teologia no Seminário Bíblico Palavra da Vida. Fez Mestrado em Línguas Originais no Dallas Theological Seminary, onde mais tarde concluiu seu Doutorado em Exposição Bíblica (dupla ênfase: Antigo e Novo Testamento).
No Brasil, foi professor do Seminário Bíblico Palavra da Vida (1979 - 2014), Diretor (1992 - 2010), escritor e conferencista. Também ensinou em vários países do exterior.
Durante sua vida, fez parte da comissão exegética e de tradução das seguintes obras: Bíblia Viva (Mundo Cristão), Bíblia Anotada (Ryrie, MC), Nova Versão Internacional (Sociedade Bíblica Internacional), Nova Versão Transformadora (MC), e Bíblia Brasileira de Estudos (Hagnos).
Escreveu "Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamento" e "Foco e Desenvolvimento do Novo Testamento" (Hagnos) e outros.
Casado com Artemis por 40 anos, pai de Lailah, Yerusha e Tirzah