Olá! Hoje é segunda-feira, 16 de outubro, meu nome é FABIOLA LIRA, sou Assessora de Agronegócios do Banco do Brasil e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. A colheita nos EUA deve manter seu bom ritmo, podendo ultrapassar mais da metade da área cultivada. A previsão é de baixa precipitação, que não deverá causar grandes transtornos.
Do lado financeiro e geopolítico, a escalada do conflito no Oriente Médio pode causar possíveis problemas com o abastecimento de petróleo no mundo, impactando na inflação global e acirrando a política de austeridade econômica, diminuição do crescimento do PIB e aumento do sentimento de aversão ao risco.
Para o Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) prevê chuvas mais volumosas para as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, podendo aumentar o ritmo de plantio nessas regiões.
A Conab divulgou seu 1º Levantamento para a Safra 2023/24, estimando a produção em 162 mi t, 4,8% superior ao obtido na safra passada e com 2,5% de crescimento em relação a área. A pressão sazonal do avanço da colheita nos EUA, a demanda escalonada da China e a percepção de safra volumosa na América do Sul devem manter o mercado interno com viés de baixa para o curto e médio prazo.
Em relação ao milho, As previsões climáticas indicam condições favoráveis para a colheita norte-americana, que pode chegar próximo a metade da área a ser colhida, mantendo os contratos futuros na CBOT pressionados com o aumento da oferta neste período.
As tensões geopolíticas voltam ao radar e a volatilidade pode se fazer presente para os contratos futuros no mercado externo, que avalia os desdobramentos do conflito no Oriente Médio. A manutenção do conflito pode influenciar diversas commodities, principalmente o petróleo e consequentemente aumento da inflação global e crescimento mundial mais lento, influenciando na demanda do cereal.
A Conab divulgou seu 1º Levantamento para a Safra 2023/24, estimando a produção em 119,4 mi t, 9,5% abaixo quando comparado com a safra anterior e 4,8% abaixo em relação a área.
Caso o dólar continue o movimento de queda e com a recente valorização do grão no mercado físico, que pode estimular maiores vendas pelo produtor, o preço interno pode ser pressionado no período, podendo se manter nos patamares atuais com viés de baixa.
Para o café, Condições favoráveis ao desenvolvimento da Safra 2024 devem permanecer na semana com projeção de precipitação em áreas cafeeiras, elevando a umidade e mantendo níveis de temperatura normais para o mês de outubro; Estoques ICE NY de café lavado continuam andando de lado sem recuperação expressiva a 442.000 sacas, enquanto no canephora, o Vietnam tem início da nova safra, ainda incipiente e no aguardo de redução de precipitações para avançar na colheita;
Diretor do Cecafé relata entraves logísticos que ocasionaram delay nos processos de exportação no mês de setembro e a necessidade de acompanhamento com vistas a análise se o evento foi pontual; Exportações de arábica têm elevação de 12% nos 3 primeiros meses da Safra 2023, atingindo 7,3 milhões de sacas. Conilon tem elevação de expressivos 329% no mesmo período atingindo 1,8 milhões de sacas, ante 0,4 milhões de sacas em 2022. Com o apoio do conilon, o total de café verde exportado atingiu 9,09 milhões de sacas, ante 6,9 milhões em 2022.
O mercado ainda tem compradores pouco ativos, apostando no clima favorável para o desenvolvimento da safra brasileira 2024 e produtores retraídos na comercialização, consequência dos níveis atuais de preços e apostando em melhora na entressafra.
E finalizando com o Boi Gordo temos: No último trimestre, com a entrada parcial do 13º salário, empregos temporários e festividades, há um certo otimismo em relação ao aumento no consumo de carne bovina no mercado interno.
Soma-se a esse fato, a expectativa de aumento das exportações, com a China se preparando para o Ano Novo Lunar.
O pagamento de salários no início do mês e o feriado prolongado devem estimular o consumo interno de carne bovina e manter o bom ritmo de reposição entre o varejo e o atacado. É importante destacar que, embora a relação de troca entre a carne bovina e a carne de frango esteja menor, a carne de frango ainda é mais competitiva quando comparada às outras proteínas. Na semana seguinte, após o feriado, a tendência é que tenhamos um ritmo de negociações mais intenso entre a ponta compradora e vendedora. O menor fluxo de abate deve estimular a indústria a recompor sua escala, fato que pode sustentar o preço da arroba do boi gordo no mercado físico.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!
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