Olá! Hoje é segunda-feira, 11 de dezembro de 2023, meu nome é Fabiola Lira, sou assessora de agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciando com a soja, espera-se que O mercado da soja absorva os dados do relatório de oferta e demanda o USDA. Os traders continuarão monitorando os impactos do clima sobre a safra brasileira. As projeções são divergentes, porém, há consenso de que o potencial máximo já não será alcançado. A CONAB, em seu relatório mensal de levantamento de safra, registrou redução da estimativa de produção, com previsão de colheita de 60,2 milhões de tonelada ante 162,4 milhões. No fundamento clima, a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), para os próximos dez dias, prevê chuvas mais volumosas para todos os países produtores na América do Sul, em destaque para a Argentina e Paraguai. No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), prevê chuvas mais volumosas para as regiões Norte e Nordeste (com pancadas de chuvas nas áreas do Matopiba, com volumes que podem atingir 80mm), para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, há previsão de chuvas com volumes variando de 50 a 90mm. Cenário de clima mais favorável. Com a safra brasileira ainda duvidosa, o mercado interno deverá manter o viés de lateralidade para o curto prazo, no entanto, com a estimativa de safra dentro da média prevista para continente sul-americano, o viés seguirá de baixa para o médio prazo.
No tocante ao milho, O mercado externo pode ter uma semana de estabilidade, absorvendo os números apresentados pelo USDA e acompanhando a demanda pelo cereal norte-americano. No Brasil, a Conab divulgou seu 3º Levantamento Safra 2023/24, reduzindo a produção total em 0,45% em relação ao relatório de novembro. A estimativa de produção agora é de 118,52 milhões de toneladas. Em comparação com a produção da Safra 2022/23, a redução é de 10,2%. Ainda sobre o relatório, os estoques finais previstos para o ciclo 2023/24 foram reduzidos em 49% em relação às estimativas do mês passado, agora previstos em 4,51 milhões de toneladas. Esta redução é consequência do aumento da previsão de exportação da Safra 2022/23. Este seria o menor estoque final dos últimos cinco anos. A preocupação com o clima no Brasil e a intenção de plantio para a 2ª safra a ser semeada em 2024 pode continuar dando suporte aos preços no mercado físico, levando a um movimento de estabilidade com viés de alta no curto prazo.
Para o café, destaca-se que, as projeções climáticas para a semana apontam maiores volumes de precipitação, o que favorece o desenvolvimento da safra. No entanto, discussões acerca dos efeitos de irregularidades na precipitação ou nos extremos de temperatura devem persistir até maior definição da safra no início de 2024; Exportações de novembro superam os 4 milhões de sacas, amparados pela boa performance do conilon brasileiro, suprindo os revezes e atrasos na produção asiática; Safra 2023 de café arábica apresenta volume exportado similar ao ano anterior, embora no comparativo anual apresente 3,7% de redução do volume exportado até outubro; Esta aparente redução no volume exportado de arábica pode representar reflexo da política de compras “da mão para a boca”, adotada pelos compradores, justificada pelos juros mais elevados nos países consumidores. No entanto, pode significar uma maior exposição ao mercado ante menores estoques; As projeções da OIC para o ano cafeeiro 23/24 indicam uma maior oferta mundial de café, com resultados projetados de safra maior na Colômbia e expectativa de safra de bom nível no Brasil para o café arábica, apesar de estimativas menores em áreas de conilon vietnamitas; Diante dessas incertezas quanto a produção de café e com fundamento nos estoques externos mais reduzidos, consideramos manutenção nos preços apesar de projeções de superavit na safra.
Quanto ao Boi Gordo, é importante frisar que: A tendência de viés altista no mercado físico do boi gordo deve se manter, em especial nas regiões onde a disponibilidade de animais prontos para o abate é menor, principalmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Assim, a oferta enxuta de animais sugere preços firmes ao longo do mês de dezembro. A entrada do décimo terceiro salário, criação de empregos temporários e confraternizações de final de ano são estímulos para manter a economia aquecida e favorecem o consumo dos cortes bovinos. De um modo geral, o início do período chuvoso contribui para as boas condições de pastagem. Dessa forma, amplia-se o poder de negociação do pecuarista, que pode segurar o animal no pasto por mais tempo e aguardar o melhor momento para comercializá-lo, fato que sugere preços fortalecidos ao longo do primeiro trimestre de 2024.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!
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