TERÇA, 02/08/2022: Entre os 13 candidatos e candidatas à presidência do Brasil este ano, só dois têm reais chances de vencer segundo todas as pesquisas: Lula e Bolsonaro. Entre os outros 11, há candidaturas laranja e candidaturas ideológicas. Ciro Gomes, do PDT, Leonardo Péricles, da UP, Sofia Manzano, do PCB, Vera Lúcia, do PSTU, por exemplo, são candidaturas ideológicas. Leonardo, Sofia e Vera são de partidos de extrema-esquerda que não aceitaram se unir em torno de Lula e, por isso, lançam candidaturas próprias para reforçar suas posições. Já Ciro sonha com a possibilidade de chegar ao segundo turno, mas para isso um dos dois favoritos teria que sair da disputa de alguma forma.
Por outro lado, há os candidatos laranja. São candidaturas pensadas para facilitar a negociata com o presidente que for eleito, seja ele quem for. Nessas candidaturas, nem os próprios partidos acreditam. Esse é o caso de Simone Tebet, do MDB, do coach Pablo Marçal do PROS e do nome ainda indefinido do União Brasil. Entre os candidatos laranja, há aqueles que só estão na disputa para servirem de escada para os candidatos que realmente têm chances. É o caso de André Janones, do Avante, que já admite retirar seu nome e apoiar Lula, de Luiz Felipe D'Ávila, do Novo, de José Maria Ey-Ey-Eymael, do Democracia Cristã, e da candidatura de Roberto Jefferson lançada ontem pelo PTB. Além de ele estar inelegível, o que revela um teste do bolsonarismo para a Justiça Eleitoral, os próprios membros do partido disseram, sem nenhum pudor, que o objetivo de Bob Jeff é servir de apoio a Bolsonaro.
Enquanto para o líder da extrema-direita, Bolsonaro, a eleição é um plebiscito sobre ser preso ou não e para Lula a disputa é para salvar a democracia e a economia brasileira, para esses outros as motivações são bem menos coletivas e mais pessoais. Em outros países, como na Argentina e nos Estados Unidos, o sistema eleitoral prevê eleições primárias, cada uma do seu jeito, para evitar que essa gente venha brincar de ser candidato só para aparecer. Quase sempre funciona. Mas, no Brasil, toda eleição tem que ter o candidato do entretenimento, que em 2018 foi o extremista religioso Cabo Daciolo, e este ano corre o risco de ser nenhum desses candidatos laranja, que ninguém se importa, mas sim o Mestre dos Magoados Ciro Gomes.
Sobre todos os nomes que eu citei, não grave nenhum dos que você não conhecia, principalmente na direita, pois até sexta-feira tudo pode mudar.
CARTAS DO RIO TIETÊ, com Paula Bianchi
Nossa colunista de emergência climática, a jornalista Paula Bianchi fala sobre o negacionismo climático à brasileira.
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