Fui criado pelo ser humano mais apaixonado por Brasília que eu já conheci. Meu pai, apesar de gaúcho, viveu os momentos mais marcantes de sua vida aqui na cidade. Para ele, era a futura capital da paz, o sonho de Dom Bosco. Eu nunca consegui ver assim. Nascido e crescido aqui, o que via era uma Cidade-Estado, controlada e extorquida por aqueles que têm poder e sobre os que não têm. É uma das cidades que mais segrega espaços e mentes. Mas também sempre senti paixão: não pelo aspecto monumental de suas esculturas stalinistas, mas pelo concreto aparente nas paredes; pelo tédio criativo das suas ruas vazias; e pela cultura que sobrevive, contra todas as probabilidades, em seu entorno. Por isso, a Plebe foi um sopro de identidade na minha existência. O amor pela cidade está presente nos versos plebeus, mas o desprezo pela burocracia, opressão e hermetismo das instituições também. A Plebe não canta Brasília como um cenário, como faz a Legião, mas como uma personagem. Quem mora em Brasília escuta a Plebe de um jeito diferente. Até quando eles não falam abertamente, a estética pós-punk/punk do som escancara a secura no ar, nos olhos e no coração. Nesta semana, Gigola e DaniBoy vão à guerra outra vez para destrinchar um dos maiores discos do rock nacional.

📌 Minutagem:

[16:47] Faixa 1 – Até Quando Esperar
[22:01] Faixa 2 – Proteção
[26:58] Faixa 3 – Johnny Vai à Guerra
[31:17] Faixa 4 – Minha Renda
[34:24] Faixa 5 – Sexo e Karatê
[37:18] Faixa 6 – Seu Jogo
[40:46] Faixa 7 – Brasília
[45:57] Fim do faixa a faixa (Indicações)

📌 Links do episódio:

• Rock Brasil 40 Anos - CCBB Brasília: https://www.ingressocerto.com/rock-brasil-40-anos-bsb-14-05

• Websérie "Contos do Vigilante", criada por Diogo Folchetti (Gigola): https://www.youtube.com/channel/UCKYe6DRoIw3shnjbIESDFSg