Praticamente toda semana os integrantes do PodCália são mandados para Cuba por algum verde amarelo. E não é que essa semana fomos? Não em corpo presente, como gostaríamos também, mas em espírito. Em meados do fim dos anos noventa, o guitarrista Ry Cooder furou o bloqueio imposto à Cuba pelos Estados Unidos para mostrar que os latinos venceram a guerra fria…musical. Não é raro que um liberal solte essa bravata: “médico cubano é pior, porque em Cuba não tem livre mercado e competitividade”. Na verdade, em Cuba, os médicos talvez sejam até melhores porque possuem humanidade. Imagina uma sociedade em que o médico é tratado da mesma forma que o lixeiro, o atendente, o motorista e até…os músicos. Por mais que essa idéia arrepie os cabelos caucasianos dos "mediciners" da USP, ela cria uma situação em que um médico não é colocado em um status diferente de seus pacientes. Todo trabalho é digno e todos contribuem ao social. Mas porque estou falando tanto de médicos cubanos? Primeiro porque sou fã do programa "Médicos sem fronteira", que salvou muitas vidas, principalmente no interior do país, onde a saúde pública não chegava. Mas, principalmente, quero ressaltar que a alta qualidade e expectativa de vida (que beira os 80 anos), muito graças ao sistema de saúde pública em cuba, nos possibilitou conhecer alguns dos músicos mais geniais do planeta terra. Demorou quase 40 anos para alguém furar o bloqueio cruel imposto pelos EUA e simplesmente mostrar para a gente todo os diamantes de talento da era de ouro da música Cubana que, mesmo já na terceira idade, tocavam, cantavam, dançavam e emocionavam com o mesmo brilhantismo de quando eram moços.
Essa semana, Arthualisson Bienvenido de Ressus; RRigoló e Daniel, el Kirrrinerr ban a Cuba para celebrar uno dos majores discos de todos los tiempos (citação original, em portunhol).