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Ciência & Cultura Cast

  • Aziz Ab’Sáber e o planejamento ambiental

    22 APR 2024 · Geógrafo defendia que planejar era fundamental para a preservação do meio ambiente e a saúde da sociedade   No cenário contemporâneo, onde as pressões sobre os recursos naturais são cada vez mais intensas, a preservação do meio ambiente é uma questão de sobrevivência, não apenas para as espécies que habitam o planeta, mas também para a própria humanidade. Aziz Ab’Sáber, renomado geógrafo brasileiro, compreendeu profundamente essa necessidade. E também afirmava que, para tanto, planejar era fundamental.   Para Ab’Sáber, o planejamento ambiental não era apenas uma questão técnica, mas também ética. Ele destacava a importância de considerar as interações complexas entre os seres humanos e o ambiente que os cerca. “O planejamento tem que ser outro”, afirma Cláudio Antônio di Mauro, professor aposentado e ex-diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Tem que levar em conta os componentes da natureza, a quantidade de precipitação pluvial, a necessidade de estabelecer áreas que não podem ser ocupadas por construções, que precisam estar reservadas para acúmulo de água. Além disso, os rios não podem ser utilizados da maneira como são em suas margens, impermeabilizando tudo. Isso tem trazido gravíssimas consequências para os lugares onde a sociedade vive”, pontua.   Aziz Ab’Sáber alertava para os efeitos devastadores da degradação ambiental nas cidades: poluição do ar, escassez de água, perda de biodiversidade, entre outros. Ele defendia que a preservação dos ecossistemas naturais não era apenas uma escolha, mas uma necessidade para garantir a qualidade de vida das pessoas nas áreas urbanas. A influência de Aziz Ab’Sáber nas políticas públicas para a preservação do meio ambiente no Brasil é inegável. Sua visão abrangente e suas pesquisas embasaram diversas iniciativas governamentais voltadas para a conservação dos recursos naturais.   Ab’Sáber defendia a importância de uma gestão ambiental participativa, que envolvesse a sociedade civil, os governos e as empresas. Ele destacava a necessidade de uma abordagem integrada, que considerasse não apenas as questões ambientais, mas também as dimensões sociais e econômicas. “Ele mostrou que os componentes da natureza tinham que ser entendidos na sua integralidade”, explica Cláudio di Mauro. “Se a ciência não levar em conta o interesse daquele homem ribeirinho, que está na beira do rio, que sofre todo ano com transbordamento, e das outras comunidades que vivenciam isso, se eles não forem chamados para participar, nós corremos o risco de ter uma relação que não é saudável na construção do planejamento”, finaliza.
    37m 30s
  • A Física brasileira após Cesar Lattes

    15 MAR 2024 · Cientista contribuiu com avanços notáveis para a ciência no Brasil   César Lattes é uma figura icônica na história da física brasileira, conhecido por suas descobertas revolucionárias e contribuições inestimáveis para a ciência. Sua pesquisa pioneira sobre partículas subatômicas, culminando na identificação do méson pi, não apenas expandiu os horizontes da física nuclear, mas também colocou o Brasil no mapa da pesquisa científica global.   Uma das contribuições mais marcantes de Lattes para a comunidade científica foi sua descoberta do méson pi, uma partícula fundamental para a compreensão das forças nucleares. Mesmo sem receber o Prêmio Nobel de Física, para o qual foi indicado sete vezes, Lattes continuou incansavelmente seus estudos. Em seus experimentos no Monte Chacaltaya, na Bolívia, confirmou suas teorias e identificou o méson pi, uma partícula crucial para a compreensão da física nuclear pós-guerra. Suas descobertas não apenas avançaram o conhecimento científico, mas também inspiraram uma nova geração de cientistas no Brasil. “Não é possível pensar a ciência no Brasil sem o Lattes”, afirma Antonio Augusto Videira Passos, professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Para o pesquisador, Cesar Lattes não apenas ajudou a apontar novos caminhos para a física de partículas, mas também contribuiu significativamente para ao avanço da ciência nacional.   Após suas experiências no exterior, em 1949, Lattes retornou ao Brasil. Reconhecido como um dos maiores cientistas brasileiros, Lattes desempenhou um papel crucial na fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Sua dedicação incansável à busca do conhecimento e sua coragem em explorar novos horizontes fizeram dele um ícone da ciência brasileira e um exemplo vivo do potencial científico do país. “Fazer ciência é ter ousadia, é ter curiosidade, é gostar do caminho que se está percorrendo. A pessoa que quer se dedicar à ciência tem que ter a mente aberta e estar sempre preparada para corrigir sua rota. E o Lattes era assim”, finaliza Antonio Videira.
    23m 46s
  • Cesar Lattes e os institutos de ciência

    6 MAR 2024 · Cientista contribuiu para a fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico César Lattes é um os cientistas brasileiros mais renomados. Sua trajetória demonstra não apenas um comprometimento com a ciência, mas também com o desenvolvimento científico do Brasil. O físico tornou-se conhecido por descobrir a partícula subatômica méson pi (píon). Seu trabalho acabou recebendo o Prêmio Nobel de Física — mas ele ficou de fora da premiação, gerando uma controvérsia que perdura até hoje. Aliás, ele foi indicado sete vezes ao prêmio, sem nunca ser agraciado. Para além de suas descobertas científicas, Cesar Lattes foi fundamental para a consolidação da física no país e para a criação de vários institutos e centros de pesquisas. Um deles foi o https://www.gov.br/cbpf/pt-br, que ajudou a fundar em 1949. A criação do CBPF não foi apenas um ato de pioneirismo científico: foi também um movimento estratégico para consolidar o desenvolvimento da ciência no Brasil. O CBPF foi, portanto, mais do que um espaço de estudo. Foi uma resposta à necessidade de investimentos fora do ambiente universitário tradicional. “O Cesar Lattes utilizou seu imenso capital científico para contribuir para a institucionalização e o avanço da ciência brasileira”, aponta Ana Maria Ribeiro de Andrade, pesquisadora titular aposentada do https://www.gov.br/mast/pt-br e autora de obras como “Físicos, Mésons e Política: a dinâmica da ciência na sociedade” (Hucitec, 1999). Além do CBPF, Lattes foi um dos fundadores de instituições que moldaram a ciência brasileira, como a https://www.gov.br/cnpq/pt-br, uma entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil. Ainda contribuiu para a consolidação do Centro Nacional de Energia Nuclear (1968); e do Instituto de Física que recebe o nome de seu fundador, Gleb Wataglin, na https://www.unicamp.br/unicamp/. “A importância de Lattes para a ciência no Brasil vai além do méson pi. Ele deixou um imenso legado, que persiste até hoje”, finaliza Ana Maria Ribeiro.
    29m 52s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 3

    3 NOV 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    1h 47m 21s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 2

    3 NOV 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    1h 50m 32s
  • O desastre em Mariana e a luta pela recuperação do Rio Doce - parte 1

    3 NOV 2023 · Série de podcast especial para a Ciência & Cultura analisa o impacto do rompimento da Barragem do Fundão e os desafios contínuos na restauração ambiental e social Em 5 de novembro de 2015, um marco trágico ecoou pelos vales de Mariana, quando a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sucumbiu, desencadeando um dos piores desastres ambientais da história brasileira. O acidente liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama - rejeitos que podem devastar grandes ecossistemas. A enxurrada de rejeitos alcançou o Distrito de Bento Rodrigues, a aproximadamente 5 km de distância, seguiu para o Rio Gualaxo do Norte, percorrendo 55 km até desembocar no Rio do Carmo e, posteriormente, atingir o Rio Doce. Os danos se estenderam pelo litoral do Espírito Santo, gerando impactos ambientais devastadores que persistem até os dias atuais. Em uma série de três episódios, o podcast produzido pela https://www.univale.com/ especialmente para a https://revistacienciaecultura.org.br/, traz três olhares diferentes – de especialistas, de ONGs e de quem vivenciou a tragédia - sobre o desastre de Mariana, suas consequências, e as estratégias necessárias para a recuperação ambiental.
    1h 37m 21s
  • Cooperação científica na América Latina

    10 OCT 2023 · União entre países latinos pode fortalecer a ciência global Na América Latina, a cooperação científica e tecnológica entre países da região desempenha um papel crucial no desenvolvimento e progresso científico. No entanto, essa colaboração enfrenta desafios significativos, especialmente quando comparada com os países do Norte Global, que muitas vezes têm vantagens estruturais e de tradição. Um dos principais desafios é o desequilíbrio de recursos e capacidades. Países do Norte Global muitas vezes possuem investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura de ponta e recursos humanos altamente qualificados. Isso cria uma disparidade significativa em relação aos países da América Latina, que podem enfrentar limitações orçamentárias e falta de infraestrutura moderna. Para Tiago Braga, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, onde atua também como líder do Laboratório de Informação e Sociedade, é preciso repensar a avaliação da ciência em nível mundial. “Precisamos pensar como essa ciência feita no Sul Global pode ser valorizada e pode ser considerada relevante a partir de outros mecanismos que não os tradicionais, porque se continuarmos nos mecanismos tradicionais, quem já está na frente, que tem uma estrutura pronta, sempre vai ter uma vantagem”. Outro desafio é a falta de coordenação e estratégia regional. A colaboração científica e tecnológica pode ser mais eficaz quando há uma abordagem regional unificada. No entanto, a América Latina muitas vezes carece de mecanismos eficazes de coordenação e estratégia, o que pode dificultar a maximização dos benefícios da cooperação. “Um dos principais desafios que temos que enfrentar é a construção de redes – e o Brasil tem um papel muito importante nisso, porque ele é um grande país produtor de ciência no Sul Global”, afirma Tiago Braga. “Esses conhecimentos devem ser disponibilizados numa rede que tenha visibilidade internacional capaz de permitir que as pesquisas e os conteúdos criados a partir dos investimentos nacionais possam ser disponibilizados e acessados em outras estruturas internacionais”. Apesar desses desafios, a cooperação científica e tecnológica entre países da América Latina continua sendo essencial para enfrentar os desafios globais, impulsionar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida das populações da região. Superar esses obstáculos exigirá um compromisso contínuo com a colaboração regional, investimentos em infraestrutura e recursos humanos, além de estratégias de financiamento inovadoras para impulsionar a pesquisa e a inovação na América Latina. “Precisamos fazer um movimento de abertura da pesquisa de abertura dos processos científicos que são só nossos. “Para a gente fazer esse movimento de abertura, também precisamos fazer esse movimento paralelo que é de fortalecimento das estruturas informacionais nacionais. A ciência aberta tem que vir necessariamente atrelada a um investido em infraestrutura para pesquisa”, defende Tiago Braga.
    23m 37s
  • Papel global da América Latina

    27 SEP 2023 · Região tem papel fundamental em questões urgentes no cenário mundial O cenário atual é crítico, com desafios globais interconectados, incluindo crises econômicas, energéticas e migratórias. Tais desafios demandam abordagens complexas e multilaterais. A América Latina enfrenta desafios e oportunidades únicas em um mundo em constante transformação. Neste contexto, é crucial que os governos da região desenvolvam uma agenda conjunta que vá além da lógica bipolar e promova o multilateralismo. O diálogo intra-regional deve ser fortalecido, e cúpulas de presidentes, após um hiato de sete anos, precisam ser retomadas. Além disso, é necessário repensar os acordos de integração, transformando-os em instrumentos de interdependência econômica e geopolítica, em vez de meros acordos comerciais. “A integração mostra um novo tipo de potência desses países, a capacidade de negociar conjuntamente sobre uma série de aspectos – desde a democracia na construção de políticas que sejam mais inclusivas até as decisões econômicas”, pontua Edna Castro, professora emérita da Universidade Federal do Pará (UFP) e recentemente eleita presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS). A América Latina possui um potencial significativo na agenda climática e energética, tornando-se um aliado-chave para a União Europeia e outros parceiros globais. Com metade da biodiversidade mundial, 33% da energia proveniente de fontes renováveis e vastas reservas de minerais essenciais para a transição ecológica, a região pode desempenhar um papel crucial na transição global para uma economia mais sustentável. “Nós não podemos nos furtar de debater as emergências climáticas que estão ocorrendo no mundo inteiro. Nós estamos convivendo com esses desastres, que serão cada vez mais intensos e mais próximos. E a integração latino-americana passa necessariamente em como integrar sem destruir”, enfatiza a pesquisadora. A recente cúpula entre a Celac e a União Europeia expôs o papel da América Latina no cenário político global. Para Edna Castro, em meio a desafios globais complexos, a América Latina tem a chance de se posicionar como um ator-chave na arena internacional, promovendo a cooperação e ajudando a moldar um mundo mais sustentável e equitativo. É crucial que a região aproveite essas oportunidades e construa alianças estratégicas para enfrentar os desafios do século XXI. “Se vamos falar de integração, temos que pensar na integração de países que são cidadãos, que lidam com a diversidade e com os dilemas – e o dilema é a população dessa região não poder viver a plenitude de suas vidas”, finaliza.
    35m 15s
  • Consolidação democrática na América Latina

    20 SEP 2023 · Episódios recentes demonstram a fragilidades dos regimes democráticos na região Avanço da extrema-direita, aumento de regimes autoritários, enfraquecimento dos regimes democráticos. A democracia na América Latina está sob forte risco. O tema é discutido no último episódio do https://revistacienciaecultura.org.br/?cat=4, o podcast da revista https://revistacienciaecultura.org.br/, que nesta edição trata do tema “América Latina: Integração e Democracia”. Nos últimos anos, a América Latina testemunhou avanços promissores e preocupações crescentes no seu cenário democrático. Embora a região tenha uma rica história de luta pela governação democrática, hoje enfrenta vários desafios. Um dos principais riscos para a democracia na América Latina reside na fragilidade das instituições. Muitos países da região enfrentam problemas de corrupção, falta de transparência e um Estado de direito fraco, que minam a confiança do público no processo democrático. Essas questões são frequentemente agravadas por disparidades econômicas, agitação social e prevalência do crime organizado, criando um ambiente volátil que testa a resistência dos sistemas democráticos. “Isso deixa claro as fragilidades que nossas democracias, inclusive a brasileira, demonstraram ao longo dessas duas, três décadas de vigência entre o fim dos regimes militares e esse período mais recentemente”, pontua Clayton Mendonça Cunha Filho, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador-associado do Observatório Político Sul-Americano (IESP-UERJ). Para o pesquisador, esse cenário contribuiu para a ascensão de líderes alinhados à extrema-direita em toda a América Latina, levantou questões sobre a resiliência das normas democráticas. Alguns líderes foram acusados de minar as instituições democráticas e de concentrar o poder no poder executivo, o que pode levar à erosão dos pesos e contrapesos. Além disso, o clima político polarizado em muitos países tem dificultado o diálogo construtivo e a cooperação entre as diferentes facções, desafiando ainda mais a estabilidade da governação democrática. “A incapacidade desses regimes darem uma reposta eficiente aos problemas gerais da população – geração de emprego, crescimento econômico, educação de qualidade, distribuição de renda - contribuiu para o atual fortalecimento da extrema-direita. Ao não conseguir responder aos grandes problemas da população, dão a esse tipo de ator e deixam as democracias frágeis”, explica Clayton Mendonça. À medida que a América Latina enfrenta esses riscos multifacetados, o futuro da democracia na região depende do fortalecimento das instituições, da promoção da participação política inclusiva e da abordagem das disparidades socioeconômicas que continuam a alimentar o descontentamento entre as suas diversas populações. “É preciso também ter maior cuidado com a memória, com a educação cívica para as pessoas saberem se verdade o que foram essas ditaduras. Em Santiago, no Chile, por exemplo, você tem o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, que é um grande memorial do que foi a ditadura. Assim, é possível conhecer o que foram aqueles abusos aos direitos humanos na prática”.
    35m 10s
  • Contribuições da ciência básica para a saúde

    3 AUG 2023 · Ciência e tecnologia são fundamentais para a saúde e o bem-estar da população Inovações em tratamentos para prevenção e cura de doenças, redução da mortalidade, aumento do bem-estar e da longevidade. Esses são apenas alguns exemplos de como as ciências podem contribuir para a saúde. O tema é discutido no último episódio do https://revistacienciaecultura.org.br/?cat=4, o podcast da revista https://revistacienciaecultura.org.br/, que nesta edição trata do tema “Ciência básica para o desenvolvimento sustentável”. A pandemia da covid-19 trouxe de volta a discussão sobre a importância da ciência e seus benefícios para a população e a sociedade. Foi graças à pesquisa científica que foi possível sequenciar o coronavírus, compreender os sintomas e sequelas da doença, e avançar nas tecnologias para a produção de vacinas. “Na verdade, a ciência foi nossa trincheira. E não foram só as ciências básicas da saúde que se uniram e tentaram ter iniciativas contrárias ao desastre que foi a resposta brasileira à pandemia, mas também pessoas de outras áreas que apoiaram muito esse processo de enorme resistência”, aponta a médica Lígia Bahia, professora do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por outro lado, a veiculação e compartilhamento de informações falsas por meio de redes sociais, blogs, sites ou aplicativos de mensagens, trouxeram consequências sérias à saúde individual e coletiva. Durante a pandemia, foram várias as fake news que apoiavam tratamentos ineficazes, ao mesmo tempo em que atacavam o isolamento e as vacinas. Até hoje algumas dessas informações falsas persistem, e são um dos fatores que contribuíram para a queda na taxa vacinal contra várias doenças em todo o país. Além disso, a desigualdade é um fator complicador no acesso à saúde e no cuidado da população. Sete em cada dez brasileiros usam o Sistema Único de Saúde (SUS), e o país ainda acumula uma carência com cerca de 30 milhões de pessoas sem acesso à saúde, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). “O que mata é a desigualdade. É fundamental que todo mundo que milita na área da saúde tenha essa compreensão: precisamos reduzir as desigualdades no Brasil”. O investimento em educação e ciência é fundamental para combater a desinformação e avançar em estudos que contribuam para a saúde e o bem-estar da população. Para Lígia Bahia, a ciência precisa ser transversal nas políticas do País. “A gente espera ter políticas de estado e não politica de governo. Assim a gente fica a mercê de um sistema de saúde muito cruel, onde quem tem mais continua recebendo mais. A gente precisa ir mudando isso”, finaliza.
    16m 15s

Podcast da revista Ciência & Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Entrevistas e bate-papos com especialistas em temas de ciência, cultura e suas inúmeras conexões com...

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Podcast da revista Ciência & Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Entrevistas e bate-papos com especialistas em temas de ciência, cultura e suas inúmeras conexões com nossas vidas. Números mensais em publicações temáticas trimestrais. Cada episódio, muitas descobertas.
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