Faltou incluir análises de especialistas com pontos de vista diversos sobre o caso da Eletrobrás. Embora a privatização tenha sido considerada "legal", é importante lembrar que sua justificativa inicial era a baixa eficiência da empresa, que surpreendentemente estava gerando lucro antes da privatização. Além disso, após a conclusão do processo, a primeira ação da nova diretoria foi aumentar sua própria remuneração de R$60 mil para mais de R$300 mil. Posteriormente, em vez de investir na melhoria da eficiência, como proposto, eles aumentaram exponencialmente o pagamento de dividendos aos acionistas. Portanto, existem muitas perguntas a serem feitas sobre quem realmente se beneficiou com essa privatização, o que é mais profundo do que apenas sua legalidade. Como se o cumprimento dos requisitos legais fosse suficiente para confirmar seus benefícios para o país e para a sociedade. Seguindo essa lógica, a eleição também é igualmente legal e legitimado pela vontade da maioria da sociedade que votou em um candidato e seu plano de governo. No caso da eleição de 2022, o plano apresentado por Lula afirmava explicitamente que o governo buscaria reestatizar a Eletrobrás, e como foi esse o plano que ganhou a eleição, essa medida é a apoiada pela maioria da sociedade. Essa legitimidade não existe na decisão legal da privatização, por exemplo. O que pesa mais? Espera-se que um meio independente ofereça uma cobertura sem restrições para permitir maior objetividade e diversidade de perspectivas ao noticiar os acontecimentos, mas isso não aconteceu nesse podcast em relação ao tema da Eletrobrás. Ouvir opiniões de "especialistas" com uma visão única não parece ser muito objetivo. O mesmo é válido para as análises e opiniões únicas do "mercado". É importante diversificar essas vozes e evitar utilizar as mesmas técnicas das mídias tradicionais corporativistas, das quais vocês tanto buscam diferenciar-se. Agora, para seguir utilizando as mesmas técnicas narrativas dos meios de comunicação publicitário, pelo menos busquem receber os mesmos recursos milionários que recebem esses canais. Caso contrário, acredito que devem focar-se em publicar conteúdo jornalístico realmente corajoso, profundo e diverso que justifique a renúncia à publicidade para garantir a autonomia editorial, a qual espero que seja um pilar fundamental para a Nexo. Abraço