Settings
Light Theme
Dark Theme

6. Ricardo Araújo Pereira

6. Ricardo Araújo Pereira
Jan 21, 2021 · 1h 32m 18s

https://spoti.fi/3TS4vPv Conheci o Ricardo Araújo Pereira por volta de 2003, creio. Num encontro no S. Luiz chamado “É a Cultura, Estúpido” com o pessoal dos blogues todo lá. Os blogues...

show more
Ouve o Julgamentos da História, da série Sapiens, aqui

Conheci o Ricardo Araújo Pereira por volta de 2003, creio. Num encontro no S. Luiz chamado “É a Cultura, Estúpido” com o pessoal dos blogues todo lá. Os blogues eram uma sensação meio subterrânea - de cada vez que havia um pretexto para os bloggers se conhecerem, havia genuína excitação com algum espírito de auto-congratulação à mistura. Aproveitei para dizer ao Ricardo que o sketch “A Minha Vida Dava Um Filme Indiano”, que apareceu no “Perfeito Anormal”, era muito bom mesmo.

Em poucos anos, o Ricardo e os Gato Fedorento cresceram e tornaram-se as pessoas mais engraçadas do país, com um impacto só comparável ao do Herman José anos antes. Em particular o Ricardo, é provavelmente das pessoas mais merecidamente populares de Portugal. Eu, que “Odeio Artistas”, confesso que todos os excessos laudatórios me soam justificados para ele. Acho que é o maior artista português vivo, independentemente da piadinha fácil sobre a altura (que não pude evitar).

Na minha tese, o RAP é um artista inesperadamente protestante entre católicos. A obsessão pela palavra explica que, da piada ao texto, tudo se marque por uma paixão pelos mundos mais inesperados que existem quando o verbo vai à frente. A linguagem física é incrível mas o triunfo maior é o texto, colocado em jogo com uma exuberância muito rara.

Foi a primeira vez que me senti nervoso a gravar o podcast. Afinal, sendo muito fã e não tendo estado assim tantas vezes com o Ricardo, dei por mim a acusar pressão. Acho que se vai notar volta e meia que exagerei a tentar ser esperto e que não queria que a conversa acabasse, deslumbrado que estava. A grande razão para isso é que nos últimos anos os nossos miúdos descobriram o Gato Fedorento e, como eu, ficaram amarrados no Ricardo. Uma memória preciosa para mim é, quando estivemos nos Estados Unidos, assistirmos em família a alguns sketches no YouTube e chorarmos até às lágrimas. Esse choro era único porque se fazia de alegria e de tristeza por, estando longe de Portugal, nos desforrarmos lembrando que as palavras da nossa língua são o melhor país que alguma vez poderemos ter.
show less
Information
Author Bruá Podcasts
Website -
Tags
-

Looks like you don't have any active episode

Browse Spreaker Catalogue to discover great new content

Current

Looks like you don't have any episodes in your queue

Browse Spreaker Catalogue to discover great new content

Next Up

Episode Cover Episode Cover

It's so quiet here...

Time to discover new episodes!

Discover
Your Library
Search