QUINTA, 29/09/2022: Nos últimos 3 anos e 9 meses, o que o governo Bolsonaro mais fez? Passar recibo, que é uma expressão para definir quem demonstra, sem querer, que determinado assunto incomodou ou tocou no calo.
Os bolsonaristas são especialistas em deixar óbvio quando um tema incômodo surge e atrapalha os planos deles. E o presidente é o maior passador de recibo da atualidade.
O tema incômodo da vez é a iminente derrota de Bolsonaro nas urnas no próximo domingo. E o recibo, claro, já veio. Ontem o partido que o Bolsonaro alugou para concorrer esse ano, o PL de Valdemar Costa Neto, divulgou uma nota golpista colocando em dúvida o sistema eleitoral.
Isso aconteceu horas depois de o presidente do partido de Bolsonaro, o condenado Costa Neto, visitar a sala da Justiça Eleitoral. Sala esta que o presidente chama de secreta e escura e que, na verdade, é bem iluminada e tem paredes de vidro. Até Valdemar teve que admitir que não existe nenhuma sala secreta para a totalização dos votos. A declaração repercutiu porque vai de encontro ao discurso golpista que Bolsonaro tem adotado há tempos.
A nota do PL é, na verdade, uma confissão de derrota e o primeiro ato do movimento golpista - ou pelo menos do movimento de mau perdedor - que Bolsonaro pretende encabeçar depois de domingo. Veja bem: mesmo antes da eleição, o bolsonarismo já está acusando fraude. E por quê? Pelo simples fato que até as pedras sabem que Jair vai perder. As pedras também sabem que, há anos, ele dá indicativos de que vai imitar Donald Trump e questionar o resultado da votação.
O documento de duas páginas é visto na campanha bolsonarista como “o plano B” do presidente. Bolsonaro já começou a preparar o terreno para questionar o resultado da votação. O papel que tem o logo do PL, mas não é assinado por ninguém, foi batizado de “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE”. O texto do PL afirma diretamente que o resultado da eleição do próximo domingo pode ser manipulado dentro do TSE, o que é mentira.
BATE-PAPO ELEITORAL
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