Olá! Hoje é sexta-feira, 27 DE FEVEREIRO, meu nome é Ana Lúcia Rocha Soares , assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.
Apesar do atraso ocasionado pelo excesso de chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste, a colheita vem avançando. Com exceção do RS, as produtividades estão muito positivas. Segundo NOAA, são previstas chuvas com volumes menores para as regiões Centro-norte, Centro-oeste, Sudeste e parte do Sul. Há previsão de chuvas acima de 60 mm para o oeste do PR, SP e sul do MS. Para a Argentina, há previsão de chuvas para a região central e centro norte do núcleo produtor, com volumes de 30 a 40 mm, minimizando as perdas.
A China vem mantendo suas compras nos EUA, embora, com a maior oferta do grão da América do Sul, os traders aproveitarão as boas oportunidades para comercialização. No cenário macroeconômico, o risco de recessão, o descontrole da inflação e os conflitos geopolíticos ainda podem impactar os mercados. Ressaltamos a escalada de tensões entre EUA e China. Semana sem novidades no mercado, com as safras do BR e ARG relativamente quantificadas, tendo a demanda da China como o principal direcionador. Assim, o mercado tende a seguir em estabilidade para o curto prazo e com baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho,
Após baixa significativa na semana anterior, influenciada pelos dados da intenção de plantio nos EUA, a Bolsa de Chicago poderá ter suporte em movimento de posicionamento dos fundos. Rumores sobre a renovação do acordo de escoamento de grãos pelo Mar Negro, que vencerá em março, também poderão trazer volatilidade adicional, caso haja aumento nas tensões com as negociações ainda em aberto.
O clima no hemisfério sul em foco e as previsões climáticas apontam para volumes menores de precipitações na Argentina na próxima semana, o que pode prejudicar ainda mais as lavouras. Na semana passada, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu novamente as condições gerais de cultivo e não foram descartados novos cortes na produção. Esse fundamento tem trazido suporte nas cotações nas últimas semanas.
No Brasil, a previsão climática aponta para pancadas de chuvas intercaladas com dias ensolarados em importantes estados produtores do milho 2ª safra. Com a janela ideal de cultivo chegando ao final, o ritmo da semeadura será importante, podendo refletir em uma semana de estabilidade.
Para o café,
Previsões climáticas indicam continuidade de precipitação e temperaturas amenas nas principais regiões cafeeiras, que favorecem o desenvolvimento vegetativo das plantas, porém aumentam a preocupação com a fitossanidade das lavouras;
O desenvolvimento vegetativo do cafeeiro pode favorecer safra 23/24 e a recuperação na oferta pode pressionar preços futuros;
Café conilon com baixos estoques na ICE Londres, preocupação com menor produção na Indonésia nesta safra e clima na Ásia, sugerem menor disponibilidade no período 23/24, dando suporte à cotações mais elevadas no curto prazo;
Mesmo com projeções de produção brasileira ainda aquém do potencial, entressafra no Brasil e baixos estoques, o mercado segue invertido nas principais bolsas de mercadorias do café, devido à expectativa de recuperação na oferta da safra 23/24;
Semana “cheia” após feriado de Carnaval deverá trazer um cenário de elevada volatilidade nos mercados interno e externo, com perspectivas de estabilidade com viés de baixa no curto e médio prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos:
Com a confirmação do caso de “vaca louca” no Pará, as exportações de carne bovina para a China foram suspensas. No entanto, ao contrário do ocorrido em 2021, acredita-se que o período de embargo seja menor desta vez, já que o governo chinês já se pronunciou, por meio do seu embaixador no Brasil, que tão logo seja confirmado o caso como “atípico”, as importações seriam retomadas em curto período.
O governo brasileiro comunicou a Organização Mundial de Saúde Animal e agora aguarda o resultado do exame realizado pelo laboratório de referência da instituição, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico. É esperado que o resultado seja divulgado até o final da próxima semana (03/03/2023).
No mercado físico, os Frigoríficos podem suspender os abates em decorrência do possível caso de EEB, fato que traria um ajuste negativo na cotação do boi gordo no mercado físico. Ainda, a procura pela carne vermelha tende a ser menor na segunda quinzena do mês. Desta forma, a perspectiva é de uma reposição lenta entre o varejo e o atacado no curto prazo e preços da arroba pressionados negativamente.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!
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