Agradeço a todos os que me leram e os que comentaram meus textos. O Sine Ira et Studio se despede, mas o compromisso de viver sem raiva e sem favores permanece. Espero que o Plural continue a me acolher. Espero que eu consiga fazer o que me proponho, um pouco que seja. Assim, os próximos anos, que costumam chamar de entrada na velhice, valerão a pena.
No Brasil, no dia 20 de novembro, comemora-se o dia da consciência negra. No país todo, várias manifestações ocorrem lembrando o passado de violência e submissão forçada e de sofrimento dos escravizados, mas também do papel fundamental que os negros tiveram e têm na construção do nosso país, além de marcar posição em defesa de seus direitos e das compensações históricas que ainda precisam ser concretizadas.
Daniel Medeiros fala sobre nossa reação diante da morte dos outros, especialmente em conflitos onde parece que "torcemos" para um lado, como se fosse uma partida de futebol. E diz como a ficxção pode nos ajudar a recuperar nosso senso de humanidade diante da tragédia.
O que os fanáticos ignoram é que Palestina e Israel são duas faces da mesma moeda. Para que a moeda exista e possa ser usada é preciso aceitar essa sua natureza. As crianças degoladas de Israel e as crianças mortas pelo bombardeio indiscriminado do exército de Israel são as duas faces que fazem essa moeda tornar-se sem valor e sem dignidade. Não há solução quando gritam "Israel" ou quando gritam “Palestina”. E quem grita sabe disso. Quem quer solução não grita. Conversa.
Falar para muitas pessoas diferentes ao mesmo tempo exigie adequação e cuidad. A norma padrão nem sempre dá conta desse cuidado e que, por isso, vamos fazendo uns puxadinhos com a língua para poder não ofender quem a gente não quer ofender. Trata-se disso, basicamente: o Outro e nosso cuidado com ele. Penso que se eu tivesse de escolher entre o cuidado com alguém que está na minha frente e o cuidado com o uso correto da norma padrão da Língua Portuguesa, eu não teria nenhuma hesitação
Otto Ohlendorf era economista e advogado, falava várias línguas e tinha uma cultura refinada, além de uma aparência atraente e uma fala que seduziu o próprio juiz que o condenou à morte: “parece uma pessoa legal", o juiz disse, durante o julgamento. Mas Otto Ohlendorf chefiou um grupo de extermínio que matou milhares de homens, mulheres e crianças judias na Moldávia e na Ucrânia. O que leva pessoas comuns a agirem assim?